A apatia dos dias; a indolência dos sonhos...

O sonho desliza na gruta escura da noite
E crescem pedras em todas as árvores;
Jorram dos brejos ígneos, sombras argutas,
Cerceando a montanha indolente da vontade.
Deambula a fleuma nas espirais da inércia
Sem festa, cor ou brilho que a enleve,
Não há prazer nos olhos que se espreitam,
Não há pureza ebúrnea que nos cegue.
Encerro ainda, nas mãos, os aguilhões do tempo,
E guardo do caminho o pó que me ofuscou –
A eternidade será sempre o vão tormento
Do coração que, na indiferença, não sonhou!