Sonhadora Inata

Não preciso de amigos que mudem quando eu mudo e concordem quando eu concordo. A minha sombra faz isso muito melhor. (Plutarco)

quarta-feira, janeiro 31, 2007

A apatia dos dias; a indolência dos sonhos...


O sonho desliza na gruta escura da noite
E crescem pedras em todas as árvores;
Jorram dos brejos ígneos, sombras argutas,
Cerceando a montanha indolente da vontade.

Deambula a fleuma nas espirais da inércia
Sem festa, cor ou brilho que a enleve,
Não há prazer nos olhos que se espreitam,
Não há pureza ebúrnea que nos cegue.

Encerro ainda, nas mãos, os aguilhões do tempo,
E guardo do caminho o pó que me ofuscou –
A eternidade será sempre o vão tormento
Do coração que, na indiferença, não sonhou!

O voo do flamingo


“Por vezes, os sonhos são tão altos … que nos esquecemos de saborear os momentos mundanos.”

terça-feira, janeiro 09, 2007

Subitamente

Subitamente, já não és…
Flutuas no dilúvio do Nada como uma folha seca de Outono
Sem rumo ou árvore que te prenda.
E eu, espreito a tua Morte pelas frestas da janela do Tempo,
Nesta lassidão de dias esgotados de Silêncio,
Onde as palavras gelaram na lucidez da Ausência.

Subitamente, já não és …
A flor, o sol e o vento sobre os teus cabelos cor de Fogo.
És apenas o riso contido no retrato,
Que a Terra deixou intacto, em troca do teu Corpo.