Elegia do Ciúme
A tua morte, que me importa,
Se o meu desejo não morreu?
Sonho contigo, virgem morta
e assim consigo (mas que importa?)
possuir em sonho quem morreu.
Sonho contigo em sobressalto,
não vás fugir-me, como outrora.
E em cada encontro a que não falto
inda me turbo e sobressalto
à tua mínima demora.
Onde estiveste? Onde? Com quem?
- Acordo, lívido, em furor.
Súbito, sei: com mais ninguém,
ó meu amor!, com mais ninguém
repartirás o teu amor.
E se adormeço novamente
Vou, tão feliz, sem azedume,
- agradecer-te, suavemente,
a tua morte que consente
tranquilidade ao meu ciúme.
(Na falta de tempo para escrever ... um poema de um grande poeta, David Mourão-Ferreira)
Se o meu desejo não morreu?
Sonho contigo, virgem morta
e assim consigo (mas que importa?)
possuir em sonho quem morreu.
Sonho contigo em sobressalto,
não vás fugir-me, como outrora.
E em cada encontro a que não falto
inda me turbo e sobressalto
à tua mínima demora.
Onde estiveste? Onde? Com quem?
- Acordo, lívido, em furor.
Súbito, sei: com mais ninguém,
ó meu amor!, com mais ninguém
repartirás o teu amor.
E se adormeço novamente
Vou, tão feliz, sem azedume,
- agradecer-te, suavemente,
a tua morte que consente
tranquilidade ao meu ciúme.
(Na falta de tempo para escrever ... um poema de um grande poeta, David Mourão-Ferreira)